quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sem Pé Nem Cabeça.

Hoje a direção do Grêmio dispensou o meia Carlos Alberto. Neste blog, mais precisamente aqui, questionei o benefício dessa contratação. Apesar de sempre ter achado que o jogador era dinheiro posto fora, eu dei a ele o benefício da dúvida, já que ele era indicação do Renato.

 Só que, contra fatos, não há argumentos nem indicação que resistam. Foram 12 jogos, um gol e muita confusão. Uma inscrição para a Libertadores - que poderia ser a do Pessalli - posta fora. E a certeza de que o Grêmio está sem rumo.

O jogador é o menor dos culpados nesta história. Não é ele quem se contratou e não é ele que se escala. Estas decisões estão muito acima dele. E o fato de um jogador inscrito na Libertadores ter sido dispensado após um período tão curto prova que o Grêmio hoje é um corpanzil amorfo sem cabeça: não enxerga um palmo na frente do próprio nariz e não sabe para onde vai.

Navegar ao sabor do vento nunca levou ninguém a lugar nenhum. A velocidade do barco não importa quando o timoneiro não sabe para onde ir. E, como já dito no texto de ontem aqui no blog, a direção do Grêmio não fez a lição de casa. O Grêmio se transformou naquele funcionário que apaga incêndios e que por isso não tem tempo de planejar a própria carreira.

Os maiores grupos políticos do Grêmio - G4 e G7 - têm se alternado no poder nos últimos anos sem que tenhamos tido títulos expressivos. O último título de expressão do Grêmio foi a Copa do Brasil de 2001 (a Batalha dos Aflitos, por mais épica que tenha sido, não nos valeu um título expressivo). Desde então, em meio a discursos inflamados e juras de amor eterno, o Grêmio vem aos trancos e barrancos. Caiu para a segundona, voltou, ganhou alguns Ruralitos... mas atualmente, vive do passado. Na minha opinião, acontece na direção do Grêmio o mesmo que no governo brasileiro (em todas as esferas): o dirigente atual não quer pensar a longo prazo sob pena de o próximo no poder levar os louros do seu planejamento. GENTE, ASSIM NÃO DÁ! Eu já disse uma vez e vou repetir, porque parece que vocês, dirigentes, não entendem: O GREMIO É MAIOR QUE AQUELES QUE O FAZEM. O Grêmio é maior que vocês. O Grêmio somos nós, mas é maior que todos nós juntos. E é pelo GREMIO, essa instituição maravilhosa que me ajuda a sobreviver nessa cidade estranha, que vocês precisam deixar suas vaidades de lado e agir no longo prazo. Com planejamento. Com direcionamento. Só assim voltaremos a evocar nossa imortalidade contra o Boca ou o Peñarol, e não contra o Caxias ou o Ipiranga.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

David Coimbra tem razão!!!!

Depois do fiasco do Grêmio no primeiro jogo sério de 2011, tomo a liberdade de reproduzir aqui as palavras do grande David Coimbra, já que ele parece tê-las tirado da minha boca:

A crença ilógica da direção arrasta o Grêmio para a derrota


Odone lembra façanhas como a Batalha dos Aflitos e uma classificação do Grêmio contra o Fluminense nos anos 80.

Essas façanhas, o que elas são é isso mesmo: façanhas. Ninguém pode se apoiar em façanhas para fazer render o seu trabalho. A façanha ocorre de vez em quando, muito raramente, em ocasiões especiais, ou então não seria façanha.

Existe no Grêmio a crença na imortalidade, na garra tricolor, na força da torcida. Tudo isso é muito bom, mas só funciona se o clube tem time.

O Grêmio não tem time.

Não estou dizendo isso depois da derrota. Tenho dito isso há meses. Há quatro meses.

Tenho dito também que a culpa é da direção.

É.

A direção acredita que o Grêmio pode ser campeão de alguma coisa só por ter garra. Só tendo garra o Grêmio não vai ser campeão de nada.

Fonte: ClicRBS

***

Não precisamos ir muito longe pra ver como o Coimbra tem razão. Vejam o Coritiba, por exemplo. Caiu para a segundona de forma dramática e, menos de dois anos depois, com a mesma base e muito planejamento, está aí ganhando de todo mundo com uma campanha belíssima no Paranaense e Copa do Brasil.

É isso que falta ao Grêmio: Planejamento. Menos política e mais futebol. Mais dirigentes que honrem o Grêmio e não suas próprias aspirações políticas e empresariais. Mais jogadores que deem sangue em troca de 500 mil por mês.

Na minha opinião, o Renato errou ao colocar Lins em vez do Escudero. O árbitro errou ao não expulsar Valenzuela. Borges errou ao dar uma cotovelada sem bola. Adilson errou ao entrar no jogo de empurra de La Cato. Mas não tapemos o sol com a peneira. Não pensemos que foi por isso que perdemos. Perdemos porque nem os dirigentes nem os jogadores levam o Grêmio a sério há muito tempo. Um quer se eleger deputado, outro quer ir pra Europa e um terceiro quer jogar fut-vôlei. ALO, GREMIO!!! Alô, vocês que fazem o Grêmio! NÓS SOFREMOS POR VOCÊS!

ACORDEM! Se não por nós, pelos seus muito polpudos salários, vantagens e aspirações! ACORDEM em nome de suas carreiras políticas e/ou futebolísticas. Acordem agora ou afundem de vez um dos clubes mais vitoriosos do mundo. Porque, amigos, com um Gre-nada domingo no Estádio do Aterro e uma decisão fora de casa em desvantagem, a probabilidade de uma crise - seja real, seja plantada pela imprensa - é muito grande. O GREMIO não merece isso. NÓS não merecemos isso. Mas se o Grêmio e Nós para vocês são nada, lutem por si mesmos. Lutem pelo que for. Mas LUTEM.