terça-feira, 9 de outubro de 2012

Do direito de votação do sócio

Alguns leitores deste blog me acompanham há algum tempo. Durante cerca de 3 anos acompanhei o Grêmio em jogos no Rio de Janeiro como Correspondente Tricolor do Blog do Torcedor do Globoesporte.com. Ajudei a organizar eventos, festas, mobilizações aqui no Rio. Há 2 anos faço parte deste blog, que se destina a angariar sócios para o Grêmio. Eu mesma sou sócia desde 2008, sem nunca haver atrasado uma mensalidade sequer.

Acredito na democracia e no processo justo e igualitário. Acredito que o Grêmio merece uma diretoria à sua altura e à altura de sua história vencedora. 

Desde que o Grêmio anunciou que as eleições de 2012 teriam voto por correspondência, não contive minha alegria. Moro a mais de 1500 km de distância de Porto Alegre, o que impede minha presença física para exercer meu direito de membro da Assembléia Geral. Você, torcedor gremista, sabe o que é a Assembléia Geral? Veja o que diz o Estatuto do Grêmio:

"Art. 55. A Assembléia Geral é constituída dos associados maiores de 16 (dezesseis) anos, pertencentes ao quadro social há mais de 2 (dois) anos, ininterruptamente, e em situação regular com o GRÊMIO nos 12 (doze) meses anteriores a realização da eleição.
Parágrafo único. Não integram a Assembléia Geral os Familiares Inscritos."

Ou seja, você, sócio gremista maior de 16 anos, em dia há pelo menos dois anos, integra junto comigo e tantos outros milhares, a Assembléia Geral do Grêmio. É nosso direito votar para escolher o presidente do Grêmio:

"Art. 56. Compete exclusivamente à Assembléia Geral, sempre em escrutínio secreto:
I – eleger o Presidente e os Vice-Presidentes do GRÊMIO, após a aprovação prévia das chapas de que trata o artigo 57, § 2º;
II – eleger os membros efetivos e suplentes do Conselho Deliberativo; (...)"

Qual não foi minha surpresa quando, ao entrar em contato com o Quadro Social para solicitar minha cédula de votação, fui primeiramente informada de que não teria direito a voto por ter mudado de categoria de sócio no ano de 2011 e consequentemente de número de matrícula, por uma limitação do sistema do QS que não permite a troca de categoria com a manutenção da matrícula original? Ora, no Estatuto do Tricolor, não há previsão de que os membros da Assembléia Geral devem ter o mesmo número de matrícula há dois anos para votar.

Enviei emails ao QS e Ouvidoria. Fiz barulho no Twitter e Facebook e recebi do QS a informação de que tenho sim direito a voto, mas como as cartas já foram enviadas, eu não poderia votar. Você, sócio que exerceu seu pleno direito, tem a dimensão do que isso significa? Na primeira eleição em que o voto por correspondência passou a vigorar, eu, que moro no Rio de Janeiro, tive negado meu direito legítimo de votação.

Não acredito em conspirações. Acredito em falhas humanas e/ou de sistema. Mas a correção é simples e eu a propus ao QS e Ouvidoria: que o Grêmio envie a cédula de votação por fax, email, etc. e eu responda pagando a postagem. Não preciso da carta-resposta. Faço questão de pagar para votar. Faço questão de votar. Faço questão que o Grêmio encontre o caminho dos títulos, vitórias e democracia.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Para o alto... e avante!


O jogo de quarta-feira contra o Vasco foi mais que uma simples vitória (que aliás, devolveu lindamente a derrota controversa para o mesmo Vasco na primeira rodada do BR12). Este jogo foi uma demonstração contundente da solidez da equipe do Grêmio, que, pelas beiradas, consolidou-se no G4. Aproveitando o tropeços de Fluminense e Atlético-MG, o Imortal Tricolor aproximou-se do segundo colocado e apresenta-se como um real candidato ao título.

A partida também provou o que o torcedor já sabia: vitória em clássico vale muito mais que três pontos. Vale o equilíbrio emocional, a vontade de continuar vencendo, de atropelar. Isso tudo o Grêmio demonstrou contra o Vasco, enquanto o Inter tropeçou contra o quase rebaixado Coritiba. A consequência está na tabela. Grêmio em terceiro, Inter em sétimo.

grêmio vasco brasileirão moreno gol (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
Grêmio comemora o gol de Marcelo Moreno (foto: globoesporte.com)

Marcelo Moreno mais uma vez provou ser uma bela aquisição do time do Grêmio, abrindo o placar numa bola espirrada pelo bom goleiro Fernando Prass, ainda no primeiro tempo. Moreno, que tem se destacado pelas excelentes assistências, mostrou-se também oportunista ao marcar este gol. O time cruz-maltino reclamou de impedimento, mas a posição do centro-avante gremista era legal.

O Grêmio foi melhor durante toda a partida. Teve mais posse de bola, desarmes e chances de aumentar o placar. Apesar de o Vasco ter seu volume de jogo aumentado no segundo tempo, o time continuava errando muito e não conseguia traduzir o maior volume em boas jogadas. O Grêmio aproveitou-se da instabilidade vascaína e ampliou com Kleber.

O resultado consolida o bom trabalho de Luxemburgo à frente do Tricolor. Dou meu braço a torcer: Luxa está indo bem. Ele conseguiu misturar a identidade do Grêmio de raça e marcação, com volume de meio campo, bons passes e jogadas ensaiadas. O resultado é este: Grêmio no alto da tabela. E com boas chances de avançar ainda mais!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A queda do último


Até que demorou muito. O último invicto do Campeonato Brasileiro durou 11 rodadas. E caiu na fria noite de Porto Alegre, no já temido Estádio Olímpico. O Fluminense, adversário direto do Grêmio em posição na tabela, foi a Porto Alegre com quatro desfalques, incluindo a estrela Deco. Foi também com o treinador velho conhecido da torcida tricolor. Conhecido, odiado e devidamente vaiado. Abel Braga, ex-técnico do T.A. conhece tão bem o Grêmio, que era a principal arma do Fluminense para tentar manter sua invencibilidade.

O experiente Abel Braga entrou em campo com um esquema diferente. 3 zagueiros para tentar segurar o Grêmio nos seus domínios. Não deu certo, já que o Grêmio terminou o primeiro tempo com quase 60% de posse de bola.

Kleber comemora gol da vitória. Foto: Globoesporte.com
A maior posse de bola, no entanto, não se traduziu em gols. No primeiro tempo o Grêmio chutou muito de fora da área ameaçando muito pouco o gol de Diego Cavallieri. O primeiro tempo foi morno, gerando até algumas vaias da torcida quando o time carioca detinha a bola.

O segundo tempo começou parecido com o primeiro: o Grêmio detinha a bola, mas trocava passes laterais e não tinha jogadas agudas em direção ao gol do Fluminense. Moreno, de bela atuação nas partidas anteriores esteve mais apagado. A referência do ataque era Kleber que, aos 23 do segundo tempo, recebeu cruzamento de Edilson e completou quase sem ângulo para abrir o placar. 1 x 0 para o verdadeiro tricolor e decretada a queda do último invicto do Brasileirão.

Abel Braga foi para o tudo ou nada. Colocou Rafael Sóbis, outro velho conhecido dos gremistas, e Wagner. No finalzinho, apelou para Rafael Moura. O Fluminense perdeu a referência no meio-campo e sucumbiu. O time desandou de vez quando  o zagueiro Anderson deixou o campo machucado. Abel já havia feito todas as substituições e os cariocas ficaram com 10 em campo.

Aos 43 Kleber recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Apesar disso, deixou o campo muito aplaudido pela torcida. É um belo jogador que precisa controlar seu temperamento e assim mudar a imagem de 'violento' que o acompanha. Terá muito mais para dar ao Grêmio se assim fizer.

Assim, o Grêmio se aproximou em número de pontos do próprio Fluminense e mudou o discurso. Com 4 vitórias seguidas, o Imortal está mais vivo do que nunca e é sim candidato a seu primeiro título brasileiro da era dos pontos corridos.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

E foi água no chope...


A festa alvi-negra estava pronta. Um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, casado com uma brasileira e que fala um português quase impecável estreava por um time brasileiro. Clarence Seedorf, quatro vezes campeão europeu, é do Botafogo. E contra o Grêmio!

O holandês esbanjou classe e boa forma. Era seu primeiro jogo na temporada, mas ele parecia estar em todas as partes do campo. Aos 36 anos. Com bons passes e chutes a gol, além de ajuda na marcação. Foi seguido de perto pelo volante Souza, que fez um bom trabalho de marcação.

Mas Luxemburgo não queria saber de festa. Perguntado por um repórter se a chegada do holandês motivava o Grêmio, ele diz "a motivação do Grêmio é pelo Grêmio". E assim veio o tricolor gaúcho, cheio de vontade para mandar a Maldição de Copacabana de volta pro mar.

O primeiro tempo foi equilibrado, com o Botafogo tendo mais posse de bola. As melhores chances de gol, no entanto, foram do Grêmio, com o atacante Leandro. O bom goleiro Jefferson fechou o ângulo nas duas finalizações do guri, que fez boa partida, apesar de não ter marcado. Zé Roberto também mostrou consistência e boa movimentação. Elano errou muito, mas deu bons passes. O 0x0 foi um resultado parcial justo, pelo que mostraram as duas equipes.

Logo no começo do segundo tempo, Marcelo Moreno recebeu um passe primoroso de Zé Roberto e finalizou de primeira, sem chance para Jefferson. Estava aberto o placar. E lá foram as primeiras gotas de água para dentro do chope dos botafoguenses.

Marcelo Moreno gol Grêmio (Foto: Wallace Teixeira / Ag.Estado)
Marcelo Moreno comemora o 1x0 (Foto: Globoesporte.com)

O Botafogo pressionou muito. O Grêmio mal conseguia sair de seu campo de defesa. Recuado, não conseguia explorar os contra-ataques; por vezes, por cadenciar demais o jogo; outras, por Marcelo Grohe tentar a ligação direta com o ataque e o Grêmio perder a posse de bola. Grohe, aliás, foi peça fundamental para segurar a vitória do tricolor. Salvou o Grêmio em diversos momentos e tem crédito de ligação direta para queimar.

Ao fim da partida, os jogadores foram cumprimentar a torcida, penetras numa festa que não era pra ser sua. O conjunto do Grêmio e a aplicação tática dos jogadores calaram os cerca de 30.000 botafoguenses presentes ao Engenhão. A festa deles foi estragada, e a nossa só começou. Time que quer ser campeão não pode escolher contra quem jogar nem onde vencer. Precisa se impor e contar com a sorte... como o Grêmio fez na noite de ontem.
O Chope dos vencedores! Sem água :)
(Foto: Chico Azevedo)

Em noite de estreia de craque, Seedorf foi obrigado a tomar um chope aguado pela estrela de Marcelo Moreno. Que o Grêmio continue mirando alto no campeonato. Temos um bom time com chances reais de brigar pelo título.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

A torcida, o gol e o garfo


Pra começar, a torcida. Quem acompanha meus posts há algum tempo sabe do quanto fico feliz quando o Grêmio joga em São Januário. A amizade entre as duas torcidas facilita e muito a vida dos tricolores em terras cariocas. Praticamente todas as organizadas do Vasco fazem churrascos para os gremistas e o clima é de paz e tranquilidade.

Mas a tranquilidade dos gremistas não foi muito além da recepção dos vascaínos. Quando a bola rolou, os reservas do Vasco resolveram mostrar serviço e deram trabalho ao time de Luxemburgo. O Grêmio reagiu à altura, dominou o meio-campo mas empilhou chances de gol perdidas. O Vasco, por outro lado, foi eficiente e, na segunda chance de gol do primeiro tempo, marcou com Filipe Bastos em um chute de bola parada. O melhor em campo não fazia valer sua superioridade.

Três minutos depois, o gol. O Grêmio reagiu. Rondinelli, a boa surpresa do jogo, deu passe para Fernando, que abriu o placar. Foi a primeira avalanche do Brasileirão 2012. E pela primeira vez, esta que vos fala pendurou-se no vidro de São Januário junto com dezenas de outros gremistas, para desespero da Polícia Militar.

André Lima Grêmio (Foto: Wagner Meier / Ag. Estado)
André Lima reclama do gol mal anulado. Foto: globoesporte.com


No segundo tempo, o garfo. Aos treze minutos, o zagueiro vascaíno Rodolfo chocou-se com o goleiro Fernando Prass. Miralles chutou para gol, mas o auxiliar de fundo do árbitro Célio Amorim deu falta de ataque de André Lima e o homem do apito anulou o gol legítimo. Era o garfo sendo passado no Grêmio logo na primeira rodada.

O futebol não perdoa. Não existe "e se". E o atacante Alecsandro, que não tem nada a ver com a arbitragem, entrou para marcar o segundo gol do Vasco aos vinte e três do segundo tempo, dando números finais ao jogo.

O Grêmio ainda teve um pênalti marcado a seu favor, desperdiçado pelo recém entrante Marcelo Moreno. Frio e sem ritmo de jogo, o boliviano chutou para defesa de Fernando Prass, tanto na cobrança como no rebote. O mesmo Moreno ainda cabeceou para fora no finalzinho e Miralles perdeu um gol feito.

O Tricolor lutou, não desistiu, mas precisa melhorar sua pontaria. Futebol é resultado e ser o melhor em campo de nada vale se não refletir no placar. Luxemburgo deve trabalhar chutes a gol nesta semana para confirmarmos a passagem para a próxima fase da Copa do Brasil e melhorarmos no Brasileiro. Foi somente a primeira rodada e não há razão para pânico. Ainda.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O susto que precedeu a vitória


Um grande susto. Assim eu defino o gol do Bahia no primeiro tempo do jogo de ontem, no Estádio do Pituaçu. O tricolor baiano não havia levado gols em seu estádio e abria o marcador num momento em que o Grêmio empilhava chances de gol. A máxima do "quem não faz, leva" poucas vezes foi tão verdadeira.

O Grêmio começou melhor, adiantando a marcação para complicar a saída de bola do Bahia. O time de Falcão somente se defendia enquanto o Grêmio chutava para fora ou para boas defesas do goleiro Marcelo Lomba. Até que, aos 19 minutos, num bate-rebate dentro da área do Grêmio, a bola sobrou para Junior, que abriu o placar.

Fernando gol Grêmio (Foto: Felipe Oliveira / Ag. Estado)
Fernando comemora seu gol.
O gol pareceu desnortear os jogadores do Grêmio. O Bahia começou a atacar, ameaçando o gol de Victor. Mas o time de Falcão , tecnicamente inferior ao Grêmio, deixou o tricolor jogar novamente e, aos 38 minutos, Fernando cobrou a falta que bateu em Rafael e enganou o goleiro do Bahia. Estava decretado o empate e mais justiça no placar, já que o Grêmio teve mais de 60% da posse de bola do primeiro tempo.

O resultado já era bom para o Grêmio, em função do regulamento da Copa do Brasil. Com este 1x1, bastava um empate sem gols no Olímpico para o Grêmio avançar para as semifinais. Mas o time de Luxemburgo queria mais. Apesar da pressão que o Bahia exerceu no começo do segundo tempo, o Grêmio suportou bem e virou o jogo aos 27 minutos. Marco Antonio chutou cruzado e Naldo desviou. Ou não desviou? Para mim, o importante foi o gol, a vitória e a grande vantagem que o Grêmio leva para o jogo em Porto Alegre.

Agora, o Grêmio pode até perder por 1x0 que passa para a próxima fase da Copa do Brasil. A chave favorece, a competição está para nós. Precisamos estar para ela também para mostrarmos que o Rei de Copas voltou.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Arte do Foco

Na noite desta quarta-feira, o Grêmio estava jogando em nome do primeiro semestre de 2012. Depois de ser eliminado do Gauchão pelo principal rival, havia o temor de que esta derrota mexesse negativamente com o ânimo do elenco tricolor.

Já o Fortaleza, parecia estar jogando a sua vida. O time, que está na série C do Brasileiro e vai bem no estadual, tem poucas oportunidades de jogar contra os grande e nunca chegou às quartas-de-final da Copa do Brasil. A torcida compareceu em peso ao Presidente Vargas para apoiar o Leão.

Marcelo Moreno gol Grêmio (Foto: LC Moreira / Futura Press)
Marcelo Moreno comemora seu Gol com Naldo e André Lima

O técnico gremista surpreendeu na escalação. O time parecia mais defensivo, com um meio-campo a mais. Além disso, não entendi a opção por André Lima em lugar de Bertoglio. Mas o Grêmio começou bem, adiantando a marcação para seu campo de ataque e anulando praticamente todas as jogadas do Fortaleza pelo meio. O time do Nordeste se viu obrigado a usar ligações diretas e lançamentos longos, errando muitos passes. Victor teve pouco a fazer no primeiro tempo e a defesa esteve bem posicionada.

Aos 11 minutos, depois de um cruzamento de Leo Gago, Marcelo Moreno dominou no meio da área adversária e chutou com o bico do pé. Era a primeira conclusão do Grêmio, que abria o placar em Fortaleza. E o nono gol do atacante na temporada.

Menos de dois minutos depois, em boa jogada de Edilson pela direita, Marco Antonio recebe e, sem dominar, chuta na veia da bola marcando um dos gols mais bonitos que já vi. O Grêmio chutava pela segunda vez e marcava o segundo gol, desestabilizando o time do Fortaleza e calando sua fanática torcida. A festa era dos cerca de 150 gremistas presentes ao Presidente Vargas.

O Leão veio para cima do Tricolor de forma desorganizada durante o restante do primeiro tempo. As conclusões não levaram perigo para Victor e o Grêmio explorava o contra-ataque.

No segundo tempo, sabendo da enorme desvantagem que tinha no placar, o Fortaleza foi para o ataque. O time do Grêmio passou a cometer mais faltas, e numa delas o lateral Pará foi expulso. O Grêmio se viu com um jogador a menos aos 17 minutos, obrigando Vanderlei Luxemburgo a saca André Lima e colocar Saimon em seu lugar. O técnico ainda trocou Werley, lesionado por Vilson e Marco Antônio por Marquinhos, já no final do jogo. Aos 39, Victor fez sua única defesa difícil no jogo. O Grêmio leva para o Olímpico a enorme vantagem de dois gols qualificados.

Foi uma vitória do foco. Uma vitória de separar um campeonato do outro e de olhar para o futuro. Luxemburgo e o Grêmio pareceram entender que a torcida quer voltar para a Libertadores. Que o Grêmio precisa voltar a ser grande. Que o ano do adeus ao Olímpico precisa ser épico.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Crônica de uma morte anunciada?


Gre-nal no Olímpico. Um dos últimos. Time titular do Grêmio x time reserva do Inter. Estreia do Caio Jr em Gre-nais como técnico. Cerca de 20.000 torcedores nas arquibancadas. Tudo pronto, festa montada. Para quem?

O Grêmio do primeiro tempo não foi um time ruim. Criou jogadas, dominou o meio-campo, mas mão finalizava corretamente a gol. E essa ineficiência foi penalizada com o gol de Dátolo aos 21 do primeiro tempo. Belo chute de longa distância indefensável para o goleiro Victor.

Os problemas do Grêmio pareciam não ter fim. Caio Jr foi obrigado a substituir, ainda no primeiro tempo, os dois laterais titulares por lesão. Mario Fernandes preocupa. A cirurgia não está descartada. E o time perdeu muito com sua saída, pois era Mario quem dava movimentação rápida pelo flanco gremista.

Foto: globoesporte.com
O Grêmio continuava arriscando mais que o Inter, até que Marquinhos, cobrando falta, empatou o jogo, num chute que mais pareceu cruzamento e enganou o bom goleiro Muriel. Marcelo Moreno correu para comemorar o gol, mas sua hora chegaria. Moreno, aliás, deu trabalho à defesa do Inter, com boa movimentação e bons pivôs com Kleber, que jogava a maior parte do tempo de costas para seu marcador.

Kleber  mostrou neste jogo que seu já conhecido gênio difícil dará trabalho a Caio Jr. Ainda no primeiro tempo, dava chutes em resposta a falta recebidas e reclamava acintosamente. Nada que o torcedor gremista mais atento já não esperasse.

Ainda no primeiro tempo, Marcelo Moreno, sempre ele, foi derrubado na área do Inter. Pênalti. Depois do erro de Kleber contra o São Luiz de Ijuí, o gringo chamou para si a responsabilidade e marcou: 2 x 1.

O Grêmio não dominava tanto no segundo tempo quanto no primeiro, mas seguiu perdendo gols. Gabriel teve muita vontade, mas mostrou estar anos-luz atrás de Mario Fernandes, e as jogadas pelos flancos do tricolor mudaram de lado. Foi a vez de Bruno Collaço mostrar algum serviço, mais com correria que com eficiência.

O empate colorado veio com uma cabeçada de Bolívar, após escanteio bem cobrado por João Paulo. O Grêmio pagou pelos erros de finalização, lesões e desorganização ainda visível do time. Faltam peças de reposição e o time titular não está encaixado. Caio Jr ainda aguarda reforços assim como nós, para que a despedida do Olímpico nos reserve somente a tristeza de darmos adeus à nossa amada casa, e não a decepção de mais um ano sem grandes conquistas.