quinta-feira, 26 de julho de 2012

A queda do último


Até que demorou muito. O último invicto do Campeonato Brasileiro durou 11 rodadas. E caiu na fria noite de Porto Alegre, no já temido Estádio Olímpico. O Fluminense, adversário direto do Grêmio em posição na tabela, foi a Porto Alegre com quatro desfalques, incluindo a estrela Deco. Foi também com o treinador velho conhecido da torcida tricolor. Conhecido, odiado e devidamente vaiado. Abel Braga, ex-técnico do T.A. conhece tão bem o Grêmio, que era a principal arma do Fluminense para tentar manter sua invencibilidade.

O experiente Abel Braga entrou em campo com um esquema diferente. 3 zagueiros para tentar segurar o Grêmio nos seus domínios. Não deu certo, já que o Grêmio terminou o primeiro tempo com quase 60% de posse de bola.

Kleber comemora gol da vitória. Foto: Globoesporte.com
A maior posse de bola, no entanto, não se traduziu em gols. No primeiro tempo o Grêmio chutou muito de fora da área ameaçando muito pouco o gol de Diego Cavallieri. O primeiro tempo foi morno, gerando até algumas vaias da torcida quando o time carioca detinha a bola.

O segundo tempo começou parecido com o primeiro: o Grêmio detinha a bola, mas trocava passes laterais e não tinha jogadas agudas em direção ao gol do Fluminense. Moreno, de bela atuação nas partidas anteriores esteve mais apagado. A referência do ataque era Kleber que, aos 23 do segundo tempo, recebeu cruzamento de Edilson e completou quase sem ângulo para abrir o placar. 1 x 0 para o verdadeiro tricolor e decretada a queda do último invicto do Brasileirão.

Abel Braga foi para o tudo ou nada. Colocou Rafael Sóbis, outro velho conhecido dos gremistas, e Wagner. No finalzinho, apelou para Rafael Moura. O Fluminense perdeu a referência no meio-campo e sucumbiu. O time desandou de vez quando  o zagueiro Anderson deixou o campo machucado. Abel já havia feito todas as substituições e os cariocas ficaram com 10 em campo.

Aos 43 Kleber recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Apesar disso, deixou o campo muito aplaudido pela torcida. É um belo jogador que precisa controlar seu temperamento e assim mudar a imagem de 'violento' que o acompanha. Terá muito mais para dar ao Grêmio se assim fizer.

Assim, o Grêmio se aproximou em número de pontos do próprio Fluminense e mudou o discurso. Com 4 vitórias seguidas, o Imortal está mais vivo do que nunca e é sim candidato a seu primeiro título brasileiro da era dos pontos corridos.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

E foi água no chope...


A festa alvi-negra estava pronta. Um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, casado com uma brasileira e que fala um português quase impecável estreava por um time brasileiro. Clarence Seedorf, quatro vezes campeão europeu, é do Botafogo. E contra o Grêmio!

O holandês esbanjou classe e boa forma. Era seu primeiro jogo na temporada, mas ele parecia estar em todas as partes do campo. Aos 36 anos. Com bons passes e chutes a gol, além de ajuda na marcação. Foi seguido de perto pelo volante Souza, que fez um bom trabalho de marcação.

Mas Luxemburgo não queria saber de festa. Perguntado por um repórter se a chegada do holandês motivava o Grêmio, ele diz "a motivação do Grêmio é pelo Grêmio". E assim veio o tricolor gaúcho, cheio de vontade para mandar a Maldição de Copacabana de volta pro mar.

O primeiro tempo foi equilibrado, com o Botafogo tendo mais posse de bola. As melhores chances de gol, no entanto, foram do Grêmio, com o atacante Leandro. O bom goleiro Jefferson fechou o ângulo nas duas finalizações do guri, que fez boa partida, apesar de não ter marcado. Zé Roberto também mostrou consistência e boa movimentação. Elano errou muito, mas deu bons passes. O 0x0 foi um resultado parcial justo, pelo que mostraram as duas equipes.

Logo no começo do segundo tempo, Marcelo Moreno recebeu um passe primoroso de Zé Roberto e finalizou de primeira, sem chance para Jefferson. Estava aberto o placar. E lá foram as primeiras gotas de água para dentro do chope dos botafoguenses.

Marcelo Moreno gol Grêmio (Foto: Wallace Teixeira / Ag.Estado)
Marcelo Moreno comemora o 1x0 (Foto: Globoesporte.com)

O Botafogo pressionou muito. O Grêmio mal conseguia sair de seu campo de defesa. Recuado, não conseguia explorar os contra-ataques; por vezes, por cadenciar demais o jogo; outras, por Marcelo Grohe tentar a ligação direta com o ataque e o Grêmio perder a posse de bola. Grohe, aliás, foi peça fundamental para segurar a vitória do tricolor. Salvou o Grêmio em diversos momentos e tem crédito de ligação direta para queimar.

Ao fim da partida, os jogadores foram cumprimentar a torcida, penetras numa festa que não era pra ser sua. O conjunto do Grêmio e a aplicação tática dos jogadores calaram os cerca de 30.000 botafoguenses presentes ao Engenhão. A festa deles foi estragada, e a nossa só começou. Time que quer ser campeão não pode escolher contra quem jogar nem onde vencer. Precisa se impor e contar com a sorte... como o Grêmio fez na noite de ontem.
O Chope dos vencedores! Sem água :)
(Foto: Chico Azevedo)

Em noite de estreia de craque, Seedorf foi obrigado a tomar um chope aguado pela estrela de Marcelo Moreno. Que o Grêmio continue mirando alto no campeonato. Temos um bom time com chances reais de brigar pelo título.