segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nada como uma vitória num Gre-nal

Jogo é jogo e vice-versa, já dizia aquele sábio filósofo. Na semana em que o Inter ergueu a taça da Recopa e subia nas tamancas de favorito, o Grêmio deu-lhe um peteleco sutil, mas suficiente para derrubá-lo; afinal, é muito difícil jogar de salto alto.

Com uma atuação soberba de Mario Fernandes, Saimon e Escudero, o Grêmio deu um nó tático no Inter a partir da construção de uma defesa sólida, uma das crenças mais fundamentais de Celso Roth, e de um meio-campo com três armadores. O treinador gremista mostrou, mais uma vez porque é o homem Gre-nal, seja para um lado, seja para o outro. Saimon anulou Leandro Damião, que vinha marcando em todos os jogos que disputava.

Eu vi o espírito de luta dos jogadores. Vi o Douglas dando carrinho, o Marquinhos não desistindo de esticar a perna, o Saimon vibrando ao tirar uma bola da linha de fundo para escanteio. Era isso que faltava no Grêmio: raça, luta, entrega. Não importam os belos passes, os dribles, a técnica. O Grêmio só é Grêmio quando tem luta, garra, sangue. E foi isso que nossos jogadores deram ontem. Parece que eles finalmente entenderam que sem luta o Grêmio, e por consequência, a carreira deles, não vai a lugar nenhum.

Não poderia haver jogo melhor para o começo da virada do Grêmio no campeonato. Agora é a hora de encarar o returno como um novo campeonato, com novo ânimo, nova cara e correndo atrás de novos pontos e novas chances. Se o Grêmio precisava de um empurrãozinho, este foi dado: vencemos o favorito, a arbitragem e as adversidades num jogo em que fomos melhores porque quisemos ser melhores. É isso que o Grêmio precisa: querer.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Consulado Gremista no Rio promove 108 anos do Grêmio

Sabemos que o momento do time não é dos melhores. Mas isso não é motivo para deixarmos de comemorar a felicidade e a honra de sermos GREMISTAS! Pensando nisso, o Consulado do Grêmio no Rio de Janeiro está promovendo uma grande festa em comemoração aos 108 anos do Clube. E o melhor, queme está no Rio Grande, pode aproveitar o 20 de setembro para viajar à Cidade Maravilhosa e aproveitar o evento. 

Vinícius Kaster, novo Cônsul titular do Grêmio no Rio de Janeiro garante: "a festa já tomou proporções incríveis! Vai ser uma comemoração muito bonita."

Para quem gostou da ideia, segue uma palhinha da programação:

Sábado, 17 de setembro

9h - Carreata Gremista, passando pelas praias da Barra da Tijuca e Zona Sul, até o Cristo Redentor.
10h30 - Abraço Gremista no Cristo!
13h - Costelada Gaúcha na Casa do Minho (em Laranjeiras, próximo ao Cristo)
18h - Jogo Grêmio x Vasco, no estádio São Januário

Para quem vem de fora do Rio, foram negociadas tarifas diferenciadas para hospedagem e vans para a carreata. Haverá homenagens a Gremistas Ilustres e posse do novo Corpo Consular da cidade do Rio de Janeiro. Parte da comissão técnica e diretoria do Grêmio também estarão presentes. Haverá premiação para os carros mais enfeitados. Ou seja, é imperdível!

Para mais informações, basta entrar em contato com o Consulado do Rio:


Telefone: 21 3734-5051

Gremista que quiser aproveitar o feriado da República no Rio, não perde!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

OFF Grêmio - Adaptação

Darwin sempre disse que a sobrevivência da espécie depende da sua capacidade de adaptação. Estou há 5 anos nessa terra estranha e se eu agisse como sempre agi no meu planeta, eu me daria sempre muito mal. Minha tristeza é essa; para sobreviver estou mudando. Estou agindo de formas que sempre odiei, para não ser engolida pelo turbilhão das diferenças absurdas que por muito tempo me afogou.

Já morei em diversos lugares, mas nunca passei pelo que tenho passado. Talvez porque nunca tenha morado tanto tempo num outro lugar. Talvez porque a diferença entre nós seja mesmo abissal. Talvez porque eu viva a ilusão de que o mundo deveria consistir de pessoas corteses e bem educadas. Talvez por eu ser idiota mesmo.

Peço desculpas aos leitores desse blog por dizer essas coisas. Aqui é lugar de Grêmio, de alegrias e tristezas pelo Grêmio. Sei que a vida de quem vos escreve é muito menos interessante do que isso. Mas são essas coisas que me dão uma vontade louca de largar tudo e voltar pra minha família. Pelo menos eu teria colo pra chorar se passasse por isso. Aqui estou sozinha a maior parte do tempo. Tenho poucos amigos de verdade e não gosto de incomodá-los com essas coisas mundanas. Mas diversas vezes, diante de pequenas ou grandes insatisfações, várias pessoas já me disseram/gritaram "então volta pro Sul". Algumas que eu considerava amigas. Me pergunto se o que estou fazendo vale a pena. Me matar de trabalhar pra ficar num lugar cheio de pessoas que não fazem questão que eu fique.

Desculpem de novo. É filosófico demais. Estou triste demais.

Foto: flordenis.blogspot.com

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Finalmente, Grêmio!!!


Grêmio x Fluminense foi um jogo feio. Um jogo em que o Grêmio foi dominado no primeiro tempo, mas conseguiu achar um gol na base da persistência. Um jogo em que o Fluminense estava desestabilizado ainda em razão do incidente com Fred e Rafael Moura e suas caipisakês no bar do Arpoador. Um jogo de chuva, suor e muito pouca inspiração.

O Fluminense foi muito superior ao Grêmio, especialmente no primeiro tempo. O tricolor carioca finalizou a etapa inicial com mais de 60% de posse de bola e teve oportunidades de matar o jogo em pleno Estádio Olímpico. Para sorte do Grêmio, o Fluminense converteu apenas um gol, com Fred, numa falha do goleiro Victor. Entretanto, mesmo num jogo tão feio, o empate saiu de uma jogada bonita: passe em profundidade de Lúcio para Marquinhos pela esquerda do ataque gremista e chute cruzado com desvio de um jogador do Flu: 1x1 ainda no primeiro tempo. Um resultado com a cara do Celso Roth?
Nem tanto, mestre. Nos acréscimos da primeira etapa, Leandro arrancou pela direita e sofreu falta perto da área carioca. Marquinhos acertou o ângulo num belo chute de direita, decretando a primeira virada do Grêmio no Brasileirão 2011. 2x1.

O Grêmio voltou para o segundo tempo recuado e chamando o Fluminense para seu campo de defesa. Uma atitude que irritou parte da torcida presente ao Olímpico naquela noite chuvosa. André Lima passou em branco mais uma vez, comprovando sua má fase. Deu lugar a Brandão, que mostrou ter pouca intimidade com a bola e dificuldades de entrosamento com o restante da equipe. Leandro saiu para entrada de Miralles, que levou perigo ao gol de Diego Cavallieri. Próximo ao final do segundo tempo, Abel Braga colocou Rafael Moura em campo. Para mim, ele é o jogador mais perigoso do Fluminense e sinceramente não entendo o que ele faz no banco. Felizmente para o Grêmio, foi lá que ele passou a maior parte do jogo e, na base do chutão e do susto, o Grêmio conseguiu garantir a vitória. Um resultado que colocou o Imortal na 13ª posição, dando à equipe a sensação de poder respirar por uma rodada.

Que o torcedor não se engane com este resultado. O time do Grêmio é carente de talentos individuais e precisa estar muito bem encaixado para não perder. Marquinhos, apesar dos dois gols, é um jogador limitado e lento. Fabio Rochenback não joga contra o Ceará e Victor não vive seu melhor momento. Celso Roth precisará ter pulso para salvar a equipe de uma derrocada neste ano e talvez buscar um consolo para a torcida em 2012.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O que fazer ao chegar ao fundo do poço?

O que faz uma pessoa que chegou ao fundo do poço? As resposta lógica para alguém que não pretende se matar, é: "dou um jeito de subir de volta". Mas no caso do Grêmio, infelizmente não é assim. O Grêmio, quando chega ao fundo do poço, cava mais um pouco. Afunda ainda mais.

Eu não gosto do Celso Roth. Quem me acompanhar no Twitter sabe bem disso. Mas sou obrigada a admitir que para o momento atual talvez ele seja a melhor solução. Ora, mas vejam que não é por méritos dele. A direção do Grêmio colocou o clube na situação de precisar do Celso Roth. Ou seja, o fundo do poço, depois de cavar um pouco mais.

Todos lembramos que houve dança das cadeiras nas eleições do Grêmio em 2010. Saiu o grupo do Duda Kroeff, entrou o grupo do Paulo Odone. Renato Portaluppi era técnico da gestão anterior. Não contava com o apoio da direção atual e ficou no clube por pressão da torcida. Mas Renato ficou isolado. Houve inclusive especulações que davam conta de que ele e o departamento de futebol não se falavam. Renato se viu isolado e sem apoio e acabou deixando o clube que ama, muito emocionado e talvez decepcionado com o que viu.

Só que a transição não foi planejada. Parecia que o único plano era rifar o Renato. Veio Julinho Camargo, um bom técnico para categorias de base ou times sem medalhões. Veio para um Grêmio cheio de vícios e com um vestiário pesado. Julinho tentou fazer seu trabalho, mas parece que foi engolido pelos douglas, gabriéis e lúcios da vida. Não teve o comando de que o Grêmio precisava. E após apenas uma vitória em 6 jogos, Julinho também deixa o clube.

O que são mudanças constantes de treinador senão planejamento deficiente? O departamento de futebol precisa de uma visão, uma crença. Precisa ter o perfil do técnico e dos jogadores na cabeça e a partir disso montar o time. É de cima para baixo, e não o contrário.

Quer falta de planejamento maior que chamar Celso Roth? Não é preciso ser um grande entendedor do esporte bretão para saber que ele é treinador de tiro curto. Tem prazo de validade. Vem para tirar o Grêmio da série B em 2011 e não para buscar títulos em 2012. Aliás, se os amigos gremistas bem lembram, em 2003 escapamos por pouco para em 2004 cavarmos o poço com retroescavadeira.

É isso que queremos para o nosso Grêmio? Ficarmos ano após ano fugindo do rebaixamento e comemorando vagas para competições continentais? Vale a reflexão e o planejamento. Como torcedora aceito ficar um tempo na penumbra dos títulos, planejando, montando, desde que seja para quicar pra fora do poço depois. Porque de cavar eu já estou cheia.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Com requintes de crueldade

Não vou fazer grandes análises técnicas e táticas do que vi no Engenhão no sábado. Não vou entrar no mérito da montagem do time, dos valores individuais, do departamento de futebol. O que vou dizer é que para os pouco mais de 1000 gremistas presentes à partida Flamengo x Grêmio esta derrota não foi só mais do mesmo. Nem a presença ilustre do Eduardo Bueno, o Peninha, nos ajudou a vencer o jogo. Foi uma derrota com requintes de crueldade.


Como vocês bem sabem, a torcida do Flamengo não nos recebe bem. Não faz churrascos, não nos passa segurança para andarmos na rua fardados, não é amistosa com os Gremistas. Como isso não é novidade para quem me lê, vou passar a outros fatos.
Para nós que moramos no Rio a situação chega a ser desesperadora. Assim como diversos amigos meus vim morar aqui em 2006. E todos nós sabemos que os deuses do futebol não tem sido generosos conosco desde então. Sem contar o desastre de 2006, e o vice na LA07, somos obrigados com conviver com Flamengo campeão em 2009, Fluminense campeão em 2010 e Vasco campeão em 2011. Uma era de ouro para o futebol carioca e de latão para nosso Grêmio.
Chego ao cúmulo de pensar que a culpa é minha. Alguma coisa aconteceu no meio do caminho para que eu chegasse a ver meu Grêmio multi-campeão na situação em que está. Para que eu chegasse a ver meu goleiro de seleção caído em campo após um gol ridículo. Para que quem o humilhou fosse cria da nossa casa, que cuspiu no prato em que comeu e que o projetou para o mundo.

Quantos textos sobre derrotas do Imortal no RJ eu já enviei para este blog? Quantos outros ainda vou enviar? E no sábado, vendo a lambança do meu querido Victor na frente daquele cujo nome me recuso a dizer, tudo o que eu conseguia pensar era: “por que ainda perco meu tempo vindo ao estádio?”
E enquanto eu ía pra casa, mais cedo para não sofrer no trem com os flamenguistas, eu mesma respondia minha pergunta. Eu vou porque acredito. Vou porque o Grêmio é muito maior do que essa fase horrorosa que nos acompanha há alguns anos. Vou porque mudo de cidade, de emprego, de país, mas não deixo de ser quem eu sou. E o que eu sou é torcedora de muito mais que um clube. O que eu sou é entusiasta do impossível. E vou continuar sendo, não importam os jogadores, dirigentes e mesmo resultados.
O que me leva aos jogos é crença inabalável de que tudo vai ser diferente. É a alegria da nossa torcida (veja a chegada da Geral ao Estádio aqui). É o meu sangue, que sei que é de outra cor.
Peço desculpas aos leitores do blog pela melancolia deste texto, mas é melancólica que eu me sinto neste momento.