segunda-feira, 28 de março de 2011

É assim que se faz política

O movimento Grêmio do Prata, do qual faço parte com muito orgulho, entregou na semana passada ao presidente do Conselho Deliberativo do Grêmio o requerimento que solicita a expulsão do Quadro Social do ex-presidente e notório 171 José Alberto Machado Guerreiro. Aquele do caso ISL já retratado aqui no blog. Tomo aqui a liberdade de reproduzir o texto da querida Ana Vilches, colega de movimento (publicado originalmente no http://anagremio.arteblog.com.br/):

Onde chegamos e para onde vamos.


O Grêmio do Prata entregou ontem o requerimento do caso Guerreiro em um ato muito significativo, não só para o movimento, mas para um processo de mudanças que parece estar se iniciando no GRÊMIO - e vaidades a parte, se iniciando através de nós. Para o grupo é um passo importante em direção à realização de um trabalho de limpeza dos corredores do nosso amado clube e para o torcedor, para o sócio, a prova de que com empenho é possível colocarmos o GRÊMIO no topo em que ele merece estar.

Sempre primamos pela clareza das ações e decisões que são tomadas pelo Grêmio do Prata porque é isto o que esperamos fazer dentro do GRÊMIO; assim como acreditamos na profissionalização de alguns setores. E ontem demonstramos, através dos nossos representantes da comissão jurídica Jonatas W. e Victor Hugo, que temos pessoas realmente competentes e altamente interessadas no bem do GRÊMIO. Qualquer dúvida ou desconfiança, tanto da imprensa como das pessoas hoje envolvidas com o clube e também dos outros grupos, começa a se dissipar. Nosso grupo está aqui para fazer um trabalho sério, competente e revolucionário dentro do GRÊMIO. E nossas ações neste sentido nunca se ressentirão de coragem e vontade incansáveis. Na eleição passada abrimos uma porta que parecia, para muitos, intransponível. E dali pra frente só afirmamos e confirmamos cada vez mais nosso papel de pessoas preocupadas e incrivelmente
dedicadas ao GRÊMIO. Neste tempo agregamos membros importantíssimos que trabalham arduamente para engrandecer o movimento e tivemos a comprovação de que com vontade, com força e com simplicidade é possível realizar grandes feitos.

Faço um balanço hoje de tudo que já organizamos, pensando em tudo que somos capazes de fazer pelo
GRÊMIO no futuro. E futuro é exatamente a palavra que pode designar o Grêmio do Prata neste momento; este é o movimento que escreverá a próxima história do GRÊMIO.  E que se diga a verdade, não
escreveremos esta história por nós, mas pelo GRÊMIO. Porque vemos em nós a vontade que se transforma em ação; porque sabemos que após todas a dificuldades e boicotes que enfrentaremos, conquistaremos o
direito de fazer do GRÊMIO um time com a cara do seu torcedor, um time com o ímpeto sagaz da vitória e que será o símbolo da união entre seus administradores e seus torcedores.  O Grêmio do Prata tem orgulho de ter a coragem de fazer do GRÊMIO o time mais vencedor e mais identificado com a sua gente.

E que sejamos campeões de LA COPA 2011 - porque nós jamais torcemos contra o GRÊMIO!
Ana Vilches - Movimento Grêmio do Prata

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É assim que se faz política. Com ações corajosas, diferentes e necessárias. Afinal, o bordão "somos todos gremistas" não se aplica quando alguém lesa o patrimônio e a imagem do Grêmio como bem fez este senhor. Somos todos gremistas, sim, mas para nós, do Grêmio do Prata, a instituição está acima da políticagem, das vontades individuais e daqueles que o compõem. Afinal, bem sabemos, o Grêmio é muito maior do que jamais será a soma de suas partes.

Foto: Correio do Povo

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vitória da Superação

Grêmio x Caxias ontem foi surpreendente em muitos aspectos. Afinal, que gremista esperava um time de guris recém saído dos juniores, ocupando tão bem os espaços e trocando passes com tanta habilidade? Que gremista esperava um 2x0 contra no primeiro tempo? Ou um gol do contestado William Magrão?

O jogo de ontem serviu pra mostrar que jogo é jogado. Não existe favorito e eu não quero um Mazembe na minha vida.O Caxias começou muito melhor, com três escanteios praticamente em sequência. E o melhor time em campo foi premiado com 1x0 aos 19 minutos: Itaqui, irmão mais novo daquele outro que jogou no Grêmio, soltou uma bomba de falta. A bola desviou na barreira e entrou. Para mim, não houve falha do Victor.

Carlos Alberto seguiu provando que estou certa, ao reprovar sua contratação. Após nada fazer, foi substituído por Bruno Collaço aos 26 do primeiro tempo. Aos 39, o Caxias fez o que quis na área do Grêmio e Gerley marcou o segundo. Parecia o começo do fim.

Mas do outro lado estava o Grêmio, que chegou ao gol com William Magrão. Quase negociado, contestando e capaz de dividir a opinião da torcida, ele chutou de fora da área para fazer 2x1. Era importante diminuir a vantagem ainda no primeiro tempo.

O Grêmio voltou sem alterações para a segunda etapa. E foi nela que vimos alguns jogadores se destacarem menos pelo futebol e mais pela garra. André Lima, nosso guerreiro imortal, lesionado no joelho, brigava para ficar em campo. Rodolfo bateu na bola que estava nas mãos dos jogadores do Caxias para cobrar logo a falta e foi expulso, junto com o engraçadinho que a segurava, Marcelo Ramos. Caíram nas graças da torcida.


Quem também não parava de cair eram os jogadores do Caxias. Cada substituição era uma lesão grave e o goleiro chegou a tomar cartão amarelo por cera. Se o juiz tivesse coragem, teria sido expulso.

Quando parecia que não tinha mais jeito, Renato sacou Lúcio do banco. Muito aplaudido, ele substituiu Gilson e, mesmo consciente da própria falta de ritmo, foi pra cima dos grenás. Aos 50 do segundo tempo, depois de lutar para a bola não sair, ele cruzou para a área do Caxias. Borges escorou meio sem querer e Rafael Marques encheu o pé pra fazer 2x2. Aquele mesmo Rafael Marques que era reserva do Paulão. O mesmo que já foi tão vaiado pela torcida. Pois estava decretada a disputa de pênaltis.

Yes, nós temos Victor

Alguns dizem que pênalti é loteria. Eu não acredito muito nisso. Pênalti é competência, treinamento e um pouco de sorte. E o Grêmio, além de ótimos batedores de penalidade, tem o melhor goleiro do Brasil. E não restou dúvidas disso ao final do jogo.

Antes dos pênaltis, algo inusitado aconteceu. O juiz definiu que as penalidades não seriam cobradas na meta logo à frente da Geral. Os jogadores do Grêmio, então, fizeram sinal para que a torcida caminhasse para o outro lado do estádio, próximo à torcida grená, para acompanhar as cobranças. E lá fomos nós.

E então começou o espetáculo. Borges converteu a primeira cobrança. Victor pegou o primeiro chute do Caxias, no canto direito, contando também com uma ajudinha da trave. Douglas converteu para o Grêmio. Victor defendeu novamente, no canto direito. O xerife Rochenback fez o terceiro. O Caxias marcou o de honra. E Lúcio, que mudou a cara do jogo, fechou a série em 4x1. Grêmio campeoníssimo da Taça Piratini, com sangue, suor, lágrimas e imortalidade.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Treino do Imortal em 7 de março

Estou em Porto Alegre e é claro que não poderia deixar de prestigiar o treino do Imortal. Há muitos anos não conseguia fazer isso, por razões óbvias. Pude fazer algumas observações interessantes:

  • Adilson não participou do treino, nem em separado. Indicativo forte de que ele não estará em campo quarta-feira contra o Caxias.
  • O treino começou com um circuito de 4 partes com exercícios físicos e recreação intercalados. Os jogadores foram divididos em grupos e precisaram completar todas as etapas do circuito antes de iniciar a segunda parte do treino. Cada etapa do circuito era acompanhada por um membro da comissão técnica, com Renato observando do meio do campo.

  • Lúcio começou treinando em separado, mas depois juntou-se ao grupo. Ele deve estar em campo na quarta-feira.
  • Escudero não participou das atividades; ele deu somente uma corridinha leve ao redor do campo enquanto os jogadores faziam o circuito.
  • Depois do circuito, os coletes foram distribuídos e os jogadores foram dividos em 3 grupos: coletes verdes, coletes laranjas e sem colete. O campo suplementar foi dividido em dois e os três grupos jogaram um contra o outro, alternando. Esta divisão misturou reservas e titulares e não foi possível depreender quem estará garantido na final.

  • A presença da torcida foi marcante. Muitos jovens e famílias com crianças de colo gritando os nomes dos jogadores. Victor e Douglas foram os mais aplaudidos.
  • Carlos Alberto não foi aplaudido, mas foi um dos que mais se esforçou. Maylson marcou um gol em Victor.
É ótimo voltar ao Olímpico e poder ver os jogadores com vontade, esforço, treinando embaixo de sol forte em plena segunda-feira de carnaval. Um bom sentimento sobre esta final de primeiro turno! Na quarta-feira estarei no Olímpico!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Vitória preocupante

O Grêmio bateu o León de Huánuco por 2x0 no Olímpico e retomou a liderança do grupo 2 da Taça Libertadores da América. Nada mais que obrigadação, jogando em casa contra um time quase amador. Mas, ainda assim, um resultado preocupante.

Nos primeiros 15 minutos de campo o Grêmio tomou até um leve sufoco dos peruanos, embora sem qualidade. Mas não foi isso que me preocupou. Me preocupou o fato de os dois gols terem sido de bola parada contra um time tão fraco.

O primeiro gol só saiu no finalzinho do primeiro, numa jogada já tradicional deste time do Grêmio: cobrança de falta para dentro da área e cabeçada do André Lima.

O segundo gol veio de um pênalti que poucos juízes dariam. Borges cobrou com categoria e converteu. Os atacantes mantiveram seu rendimento e o Grêmio confirmou os três pontos.

Fosse este um jogo contra um time mais forte e eu estaria satisfeita não só com o resultado mas com a forma como ele foi construído. Mas o León é muito ruim. Para ter certeza disso, basta atestar a falta de qualidade das finalizações do time no jogo de hoje. E esta Libertadores, apesar de não contar com Boca e River, tem times muito difíceis e respeitáveis. O Grêmio não pode seguir jogando como jogou hoje.

O Grêmio está pecando pelo excesso de preciosismo e por isso os ataques agudos não funcionam. São muitas jogadas ensaiadas repetidas, passes de calcanhar e aquele último drible desnecessário. Contra um Nacional-URU ou um Argentino Juniors, isto pode ser fatal.

Acredito ainda que o Carlos Alberto está sobrando na equipe. E não no bom sentido. Nos seus times anteriores, sempre que jogou bem ele jogou mais pela esquerda. Pela esquerda já temos o Douglas e os dois não estão se entendendo. Além disso, ainda pela esquerda, o Gilson não está bem e fica clara a avenida que se forma por ali com a ausência do Lúcio.

Libertadores não é para dar toque de letra e fazer gol de bicicleta. Gol feio vale o mesmo que gol bonito e o Grêmio precisa jogar mais sério. Firula nunca foi o nosso forte e acho que não vai ser agora. O Renato precisa mostrar pro time que é possível ser ofensivo sem jogar futebol ornamental.

Foto: Clic RBS

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sobre direitos de TV e Clube dos 13


Curto e grosso: O Grêmio anunciou oficialmente que negociará sozinho os direitos de transmissão de seus jogos com a Rede Globo. Por seu lado, a Rede Globo anunciou que não pode aceitar o convite do Clube dos 13 para negociar estes mesmos direitos, uma vez que a carta-convite não atende aos seus "formatos de exposição de conteúdo em TV aberta e da comercialização de seu patrocínio, baseados exclusivamente em audiência e receita publicitária".

Em termos leigos, a carta do C13 define a possibilidade de transmissão dos jogos em horários diversos; permite a outras emissoras transmitirem jogos diferentes no mesmo horário; e define outros critérios para decidir quais jogos serão transmitidos para onde. Ou seja, torcedor gremista, seria o fim dos flamengos e corinthians no seu horário nobre. E é claro que Globo e CBFla não querem isso.

Ainda em seu posicionamento oficial, a Rede Globo afirma que busca o interesse do torcedor acima de tudo. Ora, duvido muito que seja interesse do torcedor:

- assistir a um jogo numa quarta-feira às 22h no inverno de Porto Alegre, enfretando dificuldades para voltar para casa e aquele frio de rachar;

- mudar para a Band, Record e outras e ver que o mesmo jogo está passando e que não há outras opções a não ser comprando o Pay-per-view (que também é da Globo);

- ser obrigado a assistir a jogos de outros times, apesar de comprar o PPV.

Este é o modelo de transmissão televisiva do futebol brasileiro há 13 anos. O modelo defendido pela Globo e que, de acordo com empresa, privilegia o torcedor. Diga, torcedor gremista: você se sente privilegiado com esse modelo?

Não só não me sinto privilegiada, como acredito que sou desrespeitada no meu direito não só de torcedora mas de cliente. Ora, a Globo quer passar o jogo de determinados times com mais frequência porque dá mais audiência e assim aumenta seus patrocínios, certo? Que seja! Desde que outros canais possam transmitir os jogos que quiserem, numa sadia competição entre empresas como em quase todos os setores da economia. Mas não; esta competição saudável vai contra os interesses da Globo. Ela não pensa em nós, torcedores. Nem nos patrocinadores ela pensa. Afinal, que interesse tem o Banrisul, por exemplo, de ter sua marca exibida em rede nacional a preços exorbitantes?

É por isso para mim, a forma do Grêmio negociar - se sozinho, se com o C13 - não é tão crítica. O crítico para mim é que haja competição entre as emissoras, novas grades de horários e possibilidades para que o torcedor possa se desvencilhar deste monopólio destrutivo, do qual parece que não temos como sair.

PS.: segue posicionamento da Globo, para referência: http://estatico.globoesporte.globo.com/2011/03/01/AnuncioGloboClubedos_13.gif