quarta-feira, 2 de março de 2011

Sobre direitos de TV e Clube dos 13


Curto e grosso: O Grêmio anunciou oficialmente que negociará sozinho os direitos de transmissão de seus jogos com a Rede Globo. Por seu lado, a Rede Globo anunciou que não pode aceitar o convite do Clube dos 13 para negociar estes mesmos direitos, uma vez que a carta-convite não atende aos seus "formatos de exposição de conteúdo em TV aberta e da comercialização de seu patrocínio, baseados exclusivamente em audiência e receita publicitária".

Em termos leigos, a carta do C13 define a possibilidade de transmissão dos jogos em horários diversos; permite a outras emissoras transmitirem jogos diferentes no mesmo horário; e define outros critérios para decidir quais jogos serão transmitidos para onde. Ou seja, torcedor gremista, seria o fim dos flamengos e corinthians no seu horário nobre. E é claro que Globo e CBFla não querem isso.

Ainda em seu posicionamento oficial, a Rede Globo afirma que busca o interesse do torcedor acima de tudo. Ora, duvido muito que seja interesse do torcedor:

- assistir a um jogo numa quarta-feira às 22h no inverno de Porto Alegre, enfretando dificuldades para voltar para casa e aquele frio de rachar;

- mudar para a Band, Record e outras e ver que o mesmo jogo está passando e que não há outras opções a não ser comprando o Pay-per-view (que também é da Globo);

- ser obrigado a assistir a jogos de outros times, apesar de comprar o PPV.

Este é o modelo de transmissão televisiva do futebol brasileiro há 13 anos. O modelo defendido pela Globo e que, de acordo com empresa, privilegia o torcedor. Diga, torcedor gremista: você se sente privilegiado com esse modelo?

Não só não me sinto privilegiada, como acredito que sou desrespeitada no meu direito não só de torcedora mas de cliente. Ora, a Globo quer passar o jogo de determinados times com mais frequência porque dá mais audiência e assim aumenta seus patrocínios, certo? Que seja! Desde que outros canais possam transmitir os jogos que quiserem, numa sadia competição entre empresas como em quase todos os setores da economia. Mas não; esta competição saudável vai contra os interesses da Globo. Ela não pensa em nós, torcedores. Nem nos patrocinadores ela pensa. Afinal, que interesse tem o Banrisul, por exemplo, de ter sua marca exibida em rede nacional a preços exorbitantes?

É por isso para mim, a forma do Grêmio negociar - se sozinho, se com o C13 - não é tão crítica. O crítico para mim é que haja competição entre as emissoras, novas grades de horários e possibilidades para que o torcedor possa se desvencilhar deste monopólio destrutivo, do qual parece que não temos como sair.

PS.: segue posicionamento da Globo, para referência: http://estatico.globoesporte.globo.com/2011/03/01/AnuncioGloboClubedos_13.gif

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